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Eveleen Sybila

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Mensagem por Admin Qui Out 15, 2015 8:51 pm



Nome: Eveleen Sybila

Data de nascimento: 07/06

Idade: 21 anos

Altura: 1,61

Classe/Ocupação: Comunidade/Jornalista




Aparência

Eveleen Sybila 2i6c7z8



Personalidade

De mentalidade forte e determinada, com um humor instável e uma personalidade quase arrogante, Eveleen é uma pessoa extremamente inconstante e imprevisível. Nem mesmo ela se dá conta de que é capaz de se tornar várias coisas ao mesmo tempo. Cuidadosa e despreocupada, amável e irritadiça, discreta e exaltada. Um misto de opostos que surge por várias razões ou então, nenhuma. Entretanto, mesmo com uma desordem tão grande de emoções, Eveleen possui uma forma justa de pensar sobre as coisas à sua volta. Não suporta covardes e muito menos aqueles que ganham a vida a partir de atos sujos. Mas, da mesma forma, não gosta dos que se acham no direito de cuidar dos problemas a partir de uma visão parcial e/ou pessoal. Completamente coerente com seu posto assumido, a moça apenas faz com que a verdade seja exposta, nua e crua, a qualquer custo. Para ela, não há satisfação maior do que isso.



História

Eveleen nasceu durante uma tarde chuvosa, com raios de Sol insistentes procurando passar a qualquer custo por nuvens pesadas e escuras. Sua mãe, Annie Sybila, tinha a saúde frágil e por isso, o parto foi doloroso e complicado para ela. A garota cresceu vendo sua progenitora incapaz de conseguir fazer muitas coisas e quase sempre de cama, mas aquilo nunca a impedia de dar o carinho que sua filha precisava. Para distrair a criança, depois de ensiná-la a ler e a escrever quando já possuía capacidade, a incentivou a se interessar pela literatura e em pouco tempo, tudo o que Eveleen precisava para se distrair era estar rodeada de livros e cadernos. Gostava de anotar tudo o que lia e memorizava textos grandes e complexos mesmo quando muito nova para entender o que eles queriam dizer. Evoluiu uma personalidade questionadora e revolucionária em pouquíssimo tempo, o que orgulhava sua mãe que, ao contrário da filha, não tinha disposição nem mesmo para ler tanto.

Foi em uma noite com muita ventania que a menina, aos 10 anos, escutou barulhos estranhos na cozinha, no andar de baixo da casa. A presença de seu pai, Richard, era quase sempre um mistério para ela. Quando não estava enfurnado no próprio escritório trabalhando, aparecia de algum jeito escandaloso, que a empregada da casa não a deixava ver ou ouvir muito bem. Desde que percebera a conduta do pai, a petiz nutriu uma eterna curiosidade para saber o que ele fazia, que não podia presenciar. Durante muito tempo a menina se perguntou o porquê de, na manhã seguinte daquelas noites barulhentas, sua mãe parecer sempre muito mais indisposta e o porquê de a empregada parar de frequentar a casa por uma ou duas semanas. Naquela noite, ela decidiu sair do quarto. Provavelmente levaria uma bronca, mas sua curiosidade foi maior e suficiente para ignorar qualquer castigo que fosse levar depois.

Ao que atravessava o corredor, alguma parte de seu corpo pedia para voltar. A outra parte, pedia para continuar andando em silêncio, com os pés descalços sobre o carpete, um livro entre os braços finos e fortemente apertado contra o corpo infantil. O barulho de algo quebrando fez seu coração parar por meio segundo. Foi num impulso que sentiu que muita coisa errada estava acontecendo dentro do quarto de sua mãe. Ao invés de voltar, avançou num pulo exaltado e abriu a porta que estava apenas encostada, num empurrão contra a maçaneta. O pesado livro de Shakespeare escorregara pelo braço, ao que perdia a força mesmo para segurar a porta já aberta, não sabendo o que pensar ao ver sua amada mãe jogada ao chão, num pranto silencioso, trêmula. Ao perceber que a filha estava presente, a mulher gritara algo em sua direção, que não foi escutado por Eveleen em seu estado perplexo. Todo o seu corpo começara a desobedece-la, num misto de terror com confusão. O chão estava molhado e com vários cacos de vidro, com os lírios brancos que gostava tanto esmagados contra o carpete. Não conseguiu pensar em nada e não conseguiu mais mexer um único músculo. Assim como não conseguiu reagir ao ver aquele homem a quem deveria chamar de pai, a quem deveria considerar seu herói, a quem deveria confiar sua vida, lhe desferir um soco no rosto forte o suficiente para que batesse a cabeça no portal e desmaiasse.

O terror daquele dia se tornara presente na vida de Eveleen. Sua mãe jamais a contara sobre as frequentes agressões que sofria de seu marido, mas agora, o homem também passara a descontar a fúria na própria filha. Com o tempo, aquela companhia misteriosa que a petiz jamais compreendeu, agora se tornara razão para um profundo desprezo. O medo que sentia e todo o terror que se espalhara por seu corpo e por sua mente naquela noite, se transmutaram gradativamente em uma aversão que beirava o ódio. Sua mãe era pura, ingênua e amável. Seu pai era a maior razão para o sofrimento dela e como poderia amar o monstro que tirava a paz da pessoa que mais admirava no mundo? Daquele jeito, as coisas evoluíram de uma forma que a petiz se tornara o alvo principal, tomando o lugar de sua progenitora. Não se permitindo ficar calada com as injustiças que eram feitas, constantemente contradizia o pai a ponto de não ficar quieta mesmo sob os golpes que levava, parando apenas quando sua consciência não conseguia mais se manter.

O inferno se acoplava à sua casa e quando achava que as coisas não podiam piorar, era quando se enganava.

Doris era uma senhora com uma certa idade, que não tinha descendentes e que era amiga da mãe de Eveleen desde que a própria era uma garotinha. Por amor à filha de sua amiga, mesmo com todos os tormentos dentro daquela casa, havia se tornado uma empregada e uma babá fiel e dedicada, tanto para o estado de saúde da mulher, quanto para a educação da filha. Uma figura sempre presente naquela família, tratava a pequena Eve como sua neta e era a principal responsável por privá-la de tanta confusão até então. Mas por alguma incoerência na mente deturpada de Richard, Doris havia sido culpada de tirar o respeito que a garota tinha obrigação de oferecer-lhe. Já sabendo exatamente como aquilo poderia terminar, em meio à confusão que se instaurara com ofensas e gritos, a única ajuda que poderia procurar naquele momento passou de relance do lado de fora da casa. Saindo em disparada pelos degraus e sem se importar de estar de camisola, a petiz agarrou o uniforme de um dos dois policiais que passaram por ali, desesperadamente tentando explicar o que estava ocorrendo dentro de sua casa.

A resposta foram as costas dos homens, que ignoraram cada palavra sua e retomaram o rumo. Tomou ar suficiente para tentar mais uma vez, mas o desprezo que lhe foi desferido lhe deu a ampla sensação de desamparo, que travou qualquer ação que poderia ter naquele momento. Não podia contar com eles? Lia diversos livros em que a polícia era responsável pela segurança dos civis da cidade, assim como constava na constituição, mas também lia romances policiais onde ela não cumpria com sua função. Só não sabia qual fazia parte da realidade. Agora sabia. Trincava os dentes ao que ouviu um grito de dentro da própria casa, fraco e doloroso. Sentiu a própria visão escurecer pelas laterais, tamanho era seu pânico e nervosismo por imaginar o que havia acontecido com sua querida Doris. Girou os calcanhares descalços na calçada, mas caiu de joelhos quando menos esperava, sentindo-se extremamente impotente e incapaz por não conseguir sequer salvar alguém que amava. Sabia o que aquele grito significava. Sabia o que encontraria quando entrasse em casa. Não queria ver aquilo. Não aguentaria ver aquilo. Precisava dar apoio à sua mãe, que com certeza estava presente na cena e se não fizesse algo, ambas acabariam tendo o mesmo destino. O que fazer? O que poderia fazer? Reuniu o único resquício de razão que restava em meio ao desespero, concentrando força nas pernas para que ficasse novamente de pé. Subiu as poucas escadas da casa, sequer percebendo o silêncio que se instaurara ali, quando era certeza que viria muito mais pela frente.

Mas a cena que viu não fez sentido algum em sua mente. Encostou o corpo no batente da porta, procurando entender o que havia acontecido ali enquanto estava de costas para a situação, na rua. A única coisa que sabia que estaria ali desde o princípio era o cadáver de Doris, onde podia ver apenas os sapatos cor de marfim, nos pequenos pés do resto do corpo escondido por trás do sofá. Por Deus, uma criança não deveria passar por aquilo, deveria? Muito sangue no tapete. Mas o sangue não era só da velha senhora.

O cadáver que conseguia ver por completo – pois havia um segundo – era o de seu pai. Isso explicava o silêncio. Mas não explicava quem era o homem de pé para ele e também não explicava por que sua mãe estava desacordada na escada que levava ao segundo andar. Ela estava bem, não estava? Na medida do possível, ao menos... Queria confirmar, mas estava com medo do desconhecido em seu caminho. Emitiu um ruído sem querer que chamara a atenção do mesmo, que pareceu assustar-se com a própria presença. Não reconhecia aquele rosto direito, mas sabia que era familiar. Confusa e sentindo o cérebro esquentar, sentiu algo revirar no estômago ao perceber que homem segurava uma faca de cozinha, completamente encharcada de sangue. Novamente sentiu os joelhos alcançarem o chão quando caíra a ficha da própria realidade, ao expandir o olhar no ambiente e fechar a cena como um todo em sua mente. Apenas o som da própria respiração alcançava os tímpanos, notando o desconhecido no ambiente proferir algo em sua direção, que Eveleen não soube discernir qualquer palavra que fosse.


Não se lembrava se havia desmaiado ou se apenas entrara num estado de choque por tempo indeterminado. Aquele dia ficou em sua memória como marca de ferro quente num cavalo. Durante muito tempo a moça enfurnou-se mais ainda nos livros, sendo sua única forma de extravasar o acúmulo de sensações que vivia sentindo de forma extremamente desequilibrada, dia após dia. A senhora Annie precisou passar alguns meses no hospital e Eveleen desde então precisou aprender a viver sozinha, mesmo ainda nova. Seu pai estava morto e não tinha tanto contato com o resto da família, mas soubera pela polícia que o homem que matara Richard era o irmão do mesmo. Sendo assim, seu tio. Sabia que o rosto que vira era familiar de alguma forma, mas lembrava pouco do próprio tio que só conhecera quando ainda era muito nova para se lembrar. Após melhorar e receber alta do hospital, as poucas vezes que a mãe de Eveleen saía de casa, era para visitar o cunhado na prisão. Sempre acompanhada pela filha, pois a recomendação médica era a de sempre: não sair de casa desacompanhada. A primeira visão que teve daquele homem atrás das grades a fez perceber a injustiça feita ali. A fez se recordar do desespero ao ouvir a senhora Doris gritar antes da morte, enquanto observava as costas dos policiais que negaram ajuda para os prantos de uma criança. A situação do salvador da vida de ambas era injusta o suficiente para fazer a menor nutrir um sentimento de revolta inexplicável em si.

Guiada por isso, começou a procurar por soluções. Aos 16 anos, com a permissão de sua mãe e com a devida capacidade para tal, conseguira arrumar uma vaga no jornal de Affaire, que tinha como jornalista chefe alguém que Eveleen admirava. Trabalhara durante esse tempo na redação, algumas muitas vezes precisando fazer pesquisas de campo simples, com assuntos neutros e nada que fosse realmente importante. Era tratada como mascote no trabalho, por ser a funcionária mais nova que havia ali – o que muitas vezes gerava certa desvalorização do que era realmente capaz de oferecer. Paralelamente, agora convivendo num ambiente que ia muito além de sua própria casa, percebia o quanto sua infância a afetara. O cheiro dos homens naquele lugar a dava nojo. Não por realmente exalarem nenhum odor desagradável, mas por simplesmente serem homens. O cheiro do álcool que seu pai tinha toda noite vinha à tona, o desprezo enterrado dentro de si acabava generalizando todos ali de forma igual e isso tornava a comunicação com a jovem bem mais complicada para os rapazes do que para as moças, não somente no trabalho, mas também de quem era entrevistado pela jovem.

Este detalhe chamara a atenção de Vincent Hawkeye, um nobre a quem entrevistaria e caso fosse do agrado de Lee, seu atual chefe, ganharia uma promoção para chefe da equipe de redação. É claro que estava nervosa e é claro que odiava a ideia de ficar cara a cara com um rapaz, mesmo que aquilo favorecesse seu trabalho. Ao que parecia, o esforço de Eveleen para concluir sua tarefa, misturada a vontade de não querer mais dividir oxigênio com seu cliente, pareceu encantar Vincent. A moça não entendia – e sequer sentia a necessidade de entender – a cabeça dos homens. Sua mãe riu quando contou que o nobre a convidara para sair depois da entrevista. Não queria e claramente negou o pedido. “Alguns homens gostam de mulheres que dizem ‘não’ com frequência.”, fora avisada entre as risadas da Sra. Sybila. Aquilo não fazia o menor sentido. Não era não, correto? Por que insistir? Homens eram idiotas, nunca entenderia aquilo.

Em um dia que saía para pesquisa de campo, o Sr. Hawkeye a esperava do lado de fora do enorme prédio e quando percebeu, aceitara o milésimo pedido dele para saírem, no intuito de que ele desistisse após isso. Se gostava de ouvir “não”, talvez um “sim” o fizesse desistir, logicamente. Mas ele não desistiu. E o fato deste saber que a jovem não gostava de sua companhia só o fazia mais irritante ainda, mais insistente ainda. Quando decidira dar um basta, recebera uma declaração repentina, que a fez quebrar totalmente por nunca ter passado por aquilo antes. Como reagir a um “Eu te amo” que vinha antes do seu “Eu te odeio”? E não era muito cedo para se declarar com tanta convicção? O que ele tinha na cabeça? Achava-o igual a todos os outros. Assim como todos os outros eram iguais ao seu pai. Correu para casa e enfurnou-se em mais livros, buscando alguma resposta coerente para mais um turbilhão de perguntas em sua cabeça. A insistência de Vincent a contaminara de forma que a irritação que lhe proporcionava era também algo que a incomodava mais do que o usual. Odiava-se por perder a linha dos textos que escrevia, porque ouvia a voz dele lendo cada frase. Estava amaldiçoada, com certeza.

Nesse ritmo, mesmo hesitando por puro orgulho, passou a vestir-se melhor e maquiar-se para trabalhar, quando já sabia que na saída estaria sendo esperada. Não lembrava exatamente quando foi que parou de correr dele pela rua. Não lembrava também quando foi que começou a rir das piadas que ele tentava fazer para arrancar um mísero sorriso sincero de Eveleen. Todo o tato e todo o cuidado que ele parecia oferecer... Quando tivera aquilo? Tudo o que recebera de um homem até ali foram ofensas, humilhações e agressões. Quando achava que nenhum outro seria capaz de mudar sua visão daquilo, aquele desgraçado aparecera. Podia reconhecer finalmente que estava mesmo gostando dele, não podia? Podia... Confiar nele, não? Relutar mais parecia inútil e também sem sentido àquela altura. Em dois anos, a única coisa que precisava se preocupar ali era na relação que tinha com um nobre, em meio às confusões de classes sociais. Mas não era exatamente incomum, só não era visto como algo ideal. De toda forma, pouco importava para Eveleen e aparentemente também não tinha importância para Vincent ou para a família do mesmo.

Em uma sexta-feira, quando se encaminhava para a sala de Lee na intenção de entregar a finalização das matérias que sairiam na próxima edição do jornal, acabou por ouvir algo que não deveria da sala de seu superior.

Suborno.

Graças ao corpo esguio e relativamente pequeno que tinha, não foi difícil esconder-se atrás do armário de decoração que havia no corredor, quando um homem alto e muito bem vestido saíra da sala de Lee. Ele era um nobre com toda certeza. O que escutara não tinha formas de ser interpretado ambiguamente. Lee estava sendo subornado para esconder informações? Pela forma com que era tratado, aquilo já parecia estar sendo feito há tempos. O sangue esquentara nas veias de Eveleen de uma forma que todo o respeito e admiração que tinha pelo chefe caíram por água abaixo. No final das contas, ele era apenas um cão manipulado por uma mala cheia de dinheiro? Que tipo de honra aquilo traria? Entregou sua tarefa com bem menos simpatia do que o usual, mas é claro que não foi percebida por simplesmente ser apenas “mais uma” cabeça entre os funcionários da produção d’O Cântico de Affaire.

Sentia-se extremamente idiota por ter devotado tanto respeito a um dos raros homens presentes em sua vida. E talvez o único que restaria no final seria Naythan. Um primo do interior que viera morar com ela e substituíra seu posto de mascote no trabalho, com a diferença do talento que ele tinha para ser fotógrafo. De primeira aprendera a não o desprezar como o resto, coisa que nem Vincent havia sido capaz de início. Ele era puro demais e o lembrava sua mãe em certos aspectos. Simplesmente não conseguia vê-lo de forma negativa. E foi com a confiança que tinha nele que não conseguiu desacreditar quando este a chamara para conversar, mostrando o que havia descoberto.

No envelope haviam um todo de dez fotos e em algumas o nobre Hawkeye estava presente, num ambiente que Eveleen sequer sabia onde ficava. Lembrava as docas, mas não sabia com certeza. De fundo, algumas mulheres de aparência deplorável, reunidas como bonecas empilhadas. Naythan explicava o que tinha visto e o que as fotos comprovavam: tráfico de mulheres.

Não tinha a menor ideia do que levara o primo a pesquisar sobre Vincent Hawkeye, mas não conseguiu pensar nisso quando tamanha era a ira que sentira quando a ficha caiu. Boris, o allmate em forma de Doberman que ganhara da mãe de Nay, nunca gostava de estar presente quando Eveleen dava surtos. A decepção de seu chefe somada à raiva de imaginar que mais cedo ou mais tarde estaria junto àquelas mulheres e que, claro, havia passado dois anos sendo feita de idiota e apaixonada por um criminoso... Podia enlouquecer ali mesmo e não se arrependeria de nada. Sempre se sentia culpada por mostrar aquele lado horrível ao seu primo, que não merecia e sequer tinha culpa de nada. Só não podia controlar a explosão de quebrar os objetos do próprio quarto, ou derrubar os móveis que conseguia tirar do chão. Quando os livros não eram mais capazes de suprir a raiva que Eveleen sempre sentia em resultado de qualquer sensação desagradável, aquela era sua segunda válvula de escape. Não pensava em nada e sequer conseguia gritar ao vento os motivos da ira. Apenas urrava como um animal ao som de tudo que era quebrável estilhaçando-se nas paredes da casa. Ódio, tinha o mais profundo ódio de todos eles. Lee, Vincent, ambos deveriam queimar no inferno assim como Richard provavelmente já estava. E se os céus permitissem, ela iria para o inferno junto apenas na intenção de tortura-los lá.

Quando recobrou a racionalidade, pediu a Nay para que pudesse usar as fotos e rezou para que Lee já não tivesse sido subornado antes. Por sorte, o cão ainda estava livre para fazer o que quisesse quanto aquele assunto e é claro que Eveleen ofereceu a melhor manchete que toda sua raiva conseguia produzir. A edição seguinte d’O Cântico de Affaire veio com a notícia da família Hawkeye como responsável do tráfico ilegal de mulheres do submundo, rendendo na prisão dos cabeças, incluindo Vincent. Não sabia exatamente se o vazio que sentia era proporcional a satisfação de ser responsável pela própria vingança, mas sabia que não podia mais confiar em delicadezas ou em declarações. Agora sabia que a dor de ser traída pelas costas era tão grande quanto a dor de ser desprezada e humilhada diretamente. Mas também conseguia ver agora que era ignorância odiar todos os homens do planeta só porque não tivera sorte na vida com eles. Ao menos podia confiar em Naythan e querendo ou não, nada mudaria o fato de que fora salva por seu tio. Deveria ser grata a eles por terem-na tirado das piores situações.

Não sabia de forma alguma como resolveria o caso de Lee, pois é claro que não poderia deixar aquilo passar em branco, ou sentia-se compactuando com o mesmo. O que não estava em seus planos era a morte inesperada do jornalista, que viera totalmente de surpresa e sem absolutamente nenhuma pista do que resultara nisso. Com a vaga de jornalista chefe aberta e urgentemente precisando ser preenchida, Eveleen viu ali a oportunidade que sempre esperava ter. Ali, teria o que quisesse nas mãos. Ali, não seria feita de idiota nunca mais e conseguiria a justiça que sempre almejou ter e oferecer para quem precisava. Informação era algo valioso e não a venderia por dinheiro algum no mundo. A promoção viera quase imediatamente, por unanimidade dos funcionários de todos os setores da produção do jornal. A partir dali, seria a voz de Affaire.




Informações adicionais

• Graças a péssima experiência que teve com homens durante a vida, mesmo que tivesse aprendido a lidar com isso, Eveleen acabou nutrindo uma certa atração pelo próprio gênero e desde o final de sua relação com Vincent, não conseguiu se relacionar com homem nenhum por simples falta de interesse ao invés da antiga repugnância. Ainda assim, sua forma exagerada de demonstrar as coisas sempre aponta que ela continuar a desprezar o sexo oposto, sem motivo aparente.

• Boris, o allmate em forma de Doberman, é um gravador também. Absolutamente todas as informações que Eveleen recolhe são gravadas por ele em diferentes discos de memória, que ela armazena em um cofre de localização conhecida apenas por ela.


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